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PAISAGEM
COM NEBLINA
E
BULDÔZERES AO FUNDO
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Contos? Crônicas?
Romance fragmentário? O autor prefere chamá-las cromos. De
fato, as quarenta narrativas deste livro encantador lembram pequenos desenhos
coloridos ou estampas de calendário ou mesmo fotogramas de um filme
que, embora avance até a juventude e a maturidade do narrador, tem
na infância o seu centro narrativo.
Mas não
estará errado quem encontrar nele, ao cabo, os contornos de uma
novela em fragmentos. Há aqui todos os caracteres de uma história
que, valendo-se de elementos da imaginação biográfica,
compõe o enredo de uma experiência que, com extrema economia
de meios, busca uma linguagem próxima do romance de formação.
A linguagem
é, pois, a principal personagem deste livro, como já o fora
em obras anteriores do autor, desde sua primeira novela, A febre amorosa,
editada pela Geração e hoje tida como um clássico
do underground. O que não impede – muito ao contrário – que
os episódios comovam ou façam rir, provoquem melancolia ou
exultação e despertem no leitor a paixão da vida,
da leitura e, em alguns casos, até mesmo da escrita. Indiferente
é que não ficará.
LUIZ FERNANDO EMEDIATO
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